sábado, 29 de dezembro de 2012
FAZENDO AS MALAS
Você acredita que carrega malas alheias?
Vamos fazer um exercício?
Como você reage quando seu filho não quer ir à faculdade?
Quando sua filha quer morar sozinha?
Ou quando alguém não consegue
arrumar a própria mala para a viagem de férias,
perde a hora do trabalho com frequência,
gasta mais do que ganha…
e muitas coisinhas mais que vão fazendo você correr em desvario
para tapar buracos que não criou
e evitar problemas que não afetam sua vida diretamente?
Não afetam a sua vida, mas afetam a vida de pessoas queridas, então, você sai correndo e pega todas as malas
que estão jogadas pelo caminho e as coloca no lombo
(lombo aqui cai muito bem, fala a verdade)
e a sua mala, que é a única que você tem a obrigação de carregar, fica lá, num canto qualquer da estação.
Repetindo, a sua mala, que é a única que você tem obrigação de carregar,
fica lá jogada na estação!
Temos uma jornada
e um propósito aqui neste planeta
e quando perdemos o foco,
passamos a executar os propósitos alheios.
A estrada é longa e o caminho muitas vezes nos esgota, pois o peso da carga que nós nos atribuímos
não é proporcional à nossa capacidade,
à nossa resistência e o esgotamento aparece de repente.
Esse é o primeiro toque que a vida nos dá,
pois, quando o investimento não é proporcional ao retorno,
ou seja,
quando damos muito mais do que recebemos na vida,
nos relacionamentos humanos ou profissionais,
é porque certamente estamos carregando
pesos desnecessários e inúteis.
Quando olhamos para um novo dia como se ele fosse
mais um objetivo a cumprir, chegou a hora de parar para rever
o que estamos fazendo com o nosso precioso tempo.
O peso e o cansaço nos tornam insensíveis à beleza da vida
e acabamos racionalizando o que deveria ser sacralizado.
É o peso da mala que nos deixa assim empedernidos.
Quanto ela pesa?
Quanto sofrimento carregamos inutilmente,
mágoa, preocupação, controle, ansiedade, excesso de zelo, tudo o que exaure a nossa energia vital.
E o medo, o que ele faz com a gente e quanta coisa ele cria que muitas vezes só existe dentro da nossa cabeça?
Sabe que às vezes temos tanto medo de olhar para a própria vida que preferimos tomar conta da vida dos filhos,
do marido, do pai, da mãe…
E a nossa mala fica na estação…
O momento é esse, vamos identificar essa bagagem: ela é sua?
Ótimo, então é hora de começar uma grande limpeza para jogar fora o lixo que não interessa e caminhar mais leve.
Agora, se o excesso de peso que você carrega vem de cargas alheias, chegou a hora de corajosamente devolvê-las aos interessados.
Não se intimide, tampouco fique com a consciência pesada
por achar que a pessoa vai sucumbir ao fardo excessivo.
Ao contrário, nesse momento você estará dando a ela
a oportunidade de aprender a carregar a própria mala.
A vida assim compartilhada fica muito mais suave, pois os relacionamentos com bases mais justas e equânimes
acabam se tornando mais amorosos,
sem cobranças e a liberdade abre um grande espaço
para a cumplicidade e o afeto.
Onde está a sua mala?
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